necessidade de cálcio no corpo existe durante a vida toda, embora varie com a idade, e a sua ausência pode causar uma série de problemas. Em organismos onde falta cálcio, pode haver osteoporose, propensão a fraturas, além de outros sintomas não relacionados aos ossos. Para suprir as necessidades, algumas pessoas ingerem suplementos de cálcio além da alimentação. O problema é que nem sempre a necessidade realmente existe, e o excesso de cálcio também pode ser uma ameaça em potencial. Os estudiosos cientistas agora descobriram mais um risco quanto ao cálcio em demasia: ataques cardíacos.
O efeito é mais sentido em pessoas idosas. Acima dos 50 anos, os médicos recomendam que se consuma 1200mg de cálcio por dia (o equivalente a cinco copos de leite integral). Julgando não ingerir a quantidade necessária, alguns idosos apelam para comprimidos de até 500mg suplementares. De acordo com o estudo de uma escola médica em New Hampshire (EUA), a ingestão extra de 500mg diárias de cálcio aumenta o risco de ataques cardíacos.
Os riscos para o coração não são os únicos malefícios desses comprimidos suplementares. Consumir cálcio em excesso causa problemas como anorexia, dificuldades cognitivas, depressão e fraqueza muscular, em menor escala. Mas o principal dos prejuízos é o risco de pedra no rim. É porque o cálcio adquirido via suplementos é mais difícil de digerir. Assim, se você consumir cálcio em excesso pela alimentação (algo como tomar dez copos de leite em um dia), dificilmente terá pedras no rim, porque o cálcio é digerido mais facilmente, mas basta um ou dois comprimidos além do necessário para que o cálcio se acumule nos rins, que filtram os nutrientes, e formem as doloridas pedrinhas. E agora temos também o risco de ataques cardíacos, uma triste novidade no meio científico.
Mas existe um porém: pessoas que já tomam suplementos não devem retirá-lo da dieta sem consultar um médico. Primeiro, porque a pessoa pode realmente precisar do cálcio suplementar. Se em excesso ele traz riscos ao coração, na ausência pode trazer problemas concretos aos ossos e ser uma porta de entrada para a osteoporose: assim, seria apenas uma questão de regular a quantidade ingerida. Além disso, retirar um suplemento de uma hora para outra pode desregular o organismo e causar malefícios adicionais devido à mudança.
O estudo dos cientistas americanos concentrou-se em idosos, grupo onde os riscos de ataque cardíaco e osteoporose caminham lado a lado. A média de idade dos mais de 12.000 pesquisados (retirados de 11 clínicas de New Hampshire) foi de 72 anos. Entre os participantes que tomavam suplementos de cálcio, 2,7% sofreram ataques cardíacos durante o estudo, enquanto essa taxa foi de 2,2% entre os que não tomavam. Calculando, descobriram que o risco de problemas no coração é 31% maior entre os que se servem dos comprimidos.
Portanto, o “desafio” dos idosos é evitar, ao mesmo tempo, a osteoporose e os problemas decorrentes do excesso de cálcio. Assim, como explicam os pesquisadores, deve-se saber dosar as quantidades certas de cálcio. É fundamental consultar um médico antes de comprar não apenas uma pílula de cálcio suplementar, mas qualquer medicamento semelhante.
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