Para todas as dores ou enfermidades, sempre surgem milhares de receitas de chás infalíveis. O uso das ervas é comum e bastante frequente para a maioria das pessoas, mas é preciso tomar cuidados ao consumir esse tipo de medicação. Excessos ou falta de informação podem se configurar um risco à saúde ao invés de um benefício.
O professor da Unicamp João Ernesto de Carvalho alerta que as gestantes devem evitar os "chazinhos". O de espinheira-santa, por exemplo, pode ser fatal para o feto, e há outras dezenas de vegetais que não passaram por estudos toxicológicos. É fundamental que grávidas e doentes crônicos sempre perguntem ao médico se podem usar plantas.
— Hipertensos e diabéticos em geral usam chás diariamente, mas não contam ao médico. Aí o remédio para de fazer efeito ou dá reação adversa e não se sabe o motivo. Acontece muito — conta o pesquisador. Outra precaução saudável para o usuário é conhecer, além da aparência, o nome científico das plantas com que faz chá.
O ideal é estar informado sobre os benefícios de contra indicações de cada planta, e sempre consultar um especialista.
— Existem plantas diferentes com o mesmo nome, e uma mesma planta com diversos nomes populares, de acordo com as regiões. Conhecendo os nomes científicos e a planta, evita-se o uso errado — explica Giovana Fernandes, do Conselho Regional de Farmácia, acrescentando que a identificação pode ser realizada pelo farmacêutico, botânico ou engenheiro agrônomo.
Também é importante saber a procedência: onde foi cultivada? Recebeu agrotóxicos? Foi colhida no período ideal? Tudo isso pode interferir na qualidade do chá e, consequentemente, no benefício que trará a quem o bebe. Por essas e por outras, o clínico geral Adair Marques é seletivo.
— Acho válida a fitoterapia como forma de complementar os tratamentos, mas geralmente a prescrevo em forma de cápsulas ou tinturas. Não sou contra as ervas desde que tenham sido colhidas na época certa, que tenham sido bem-acondicionadas e que o chá tenha sido preparado corretamente — explica o médico.
Conheça as propriedade de algumas plantas medicinais:
Alecrim: ótimo para a pele, por ser adstringente. Também é fortificante para os cabelos, além de evitar a calvície. Por seu poder antisséptico, é indicado para aliviar aftas e gengivites.
Boldo-do-chile: utilizado para combater distúrbios biliares, estomacais e hepáticos. Tem efeito tranquilizante.
Calêndula: tem propriedades antissépticas e cicatrizantes. É usada para tratar cólicas menstruais.
Camomila comum: o chá das flores é indicado contra febre, insônia, cólicas, gases e indigestão.
Capim-cidreira: infusão e tintura de folhas e flores combatem a ansiedade e a má digestão.
Espinheira-santa: tem folhas com propriedades antissépticas, analgésicas, cicatrizantes e diuréticas. Pode ser abortiva.
Eucalipto: a inalação de seu chá ou óleo alivia efeitos de asma, bronquite, faringite, gripe, resfriado e tosse.
Guaco: usado contra gripe, rouquidão, infecção na garganta, tosse, bronquite.
Macela: indicada para o combate de cólicas e problemas estomacais. Acredita-se que as flores tenham poder calmante.
Malva: é usada na forma de gargarejos para inflamações. O chá é utilizado em casos de prisão de ventre. Compressas com as folhas aliviam queimaduras de sol.
Hortelã: em infusão e saladas, é estimulante, analgésica e diurética. Combate cólicas menstruais, vômitos e gases.
Laranjeira: o óleo e a infusão de flores são usadas em casos de estomatite, insônia e febre. Flores, no travesseiro, acalmam.
Poejo: usado em casos de gripe, insônia, reumatismo, má digestão, enjoo, bronquite e asma.
Quebra-pedra: em chás ou cápsulas combate infecções urinárias, cálculos renais e biliares, corrimentos e dores lombares.
Sálvia: os chás são indicados para casos de esgotamento nervoso, má digestão, cálculos renais e hepáticos.
Trançagem: gargarejos são indicados para inflamações na boca, gengiva e garganta. Os chás limpariam as vias respiratórias e diminuiriam a vontade de fumar.
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